quarta-feira, 10 de junho de 2009

O que andamos a fazer aos nossos animais de estimação?

A minha cadela husky querida, a Petra, morreu, com um problema nos rins. Foi hospitalizada, não comia, teve de estar a soro, e, claro, sofreu com dores. Mas foi rápido. Eu amei e amo esta cadela. ela ensinou-me o que é o amor incondicional, o amar sem precisar de nada em troca. Mais tarde, aprendi que isso também é possível entre seres humanos - amor sem querer nada em troca.

Quem sofre também sou eu, por saber ser responsável pela dor e sofrimento desta bela cadelinha. Ela foi para outro lugar onde agora não sofre mais, mas a dor ter sido responsável pela doença dela, através da comida e estilo de vida a que ela foi imposta, parte-me o coração. Mais uma vez fico a pensar quando vamos acordar para o facto de que os nossos animais precisam ser respeitados e amados pelo que eles são, não pelo que nós achamos que eles devem ser.

Nunca na natureza os animais sofrem como sofrem os nossos animais de estimação que vivem enjaulados em apartamentos, casas pequenas, sem o espaço e exercício físico, que absolutamente imprescindível para a sua existência saudável e feliz.

O que andamos a fazer aos nossos animais de estimação? Porque lhes damos comida totalmente artificial, que me faz lembrar os chicken mgnuggets da mcdonalds (ou a mesma porcaria mas em versão vegetariana) quando, obviamente, e contra tudo o que os nosso veterinários possam dizer… esta comida não é a que os animais são supostos comer.

Se nós, como seres humanos, optamos por comer comida em lata, processada, sem qualquer valor nutricional, pelo menos estamos a afectar somente a nossa vida. Mas como resolvemos tomar conta de animais e mantê-los enjaulados em nossas casas, também resolvemos dar-lhes a nossa comidinha empacotada. Ora, os animais NÃO gostam disso!!!!

Porque razão os hospitais de animais e veterinários são cada vez mais abundantes? Porque cada vez mais animais estão doentes com as mesmas doenças que nós?

Animais selvagens nunca sofrem de rins, de coração, de isto e daquilo.. porquê? Não foram sujeitos às aberrações da nossa civilização. Mas mesmo estes já não têm a saúde de há algumas décadas atrás, porque claro que também sofrem com a poluição ambiental que existe em todo o lado. Mas pelo menos são livres de escolher o que lhes apetecer comer e podem correr e andar e brincar à vontade no seu habitat natural.

Quem somos nós para tirar isso dos animais que adoptamos? Porque achamos que eles são mais felizes encafuados num apartamento, a comer comida de lata ou pacote?

Acordemos todos por favor, e aqueles que dizem gostar tanto de animais, por favor procurem alternativas mais saudáveis para eles. Eles merecem o nosso amor e as manifestações do nosso amor não é só fazer festinhas e brincar um bocadinho com eles; esse é um amor muito superficial, egoísta e doentio. Respeitar e amar o nosso animal significa ter em atenção os seus interesses, não os nossos.

Há muita informação na internet acerca de como criar animais felizes e saudáveis, com comida crua (qual é o animal que não comer comida crua? A não ser os os nossos animais domésticos e nós próprios, que nos domesticamos há muito milénios), com ar puro para respirarem, com espaço suficiente (muuuuuuuito espaço) para se mexerem , fazerem exercício e tantas outras coisas que aumentam o bem estar dos nossos animais e são o seu direito de nascença!

Durante muitos e muitos anos de observação e convivência com vários animais de estimação, posso dizer que rarissimamente vi animais felizes. Principalmente gatos e cães que vivem confinados em espaços pequenos e comem comida de pacote.

A minha cadela Petra nunca foi doente, porque vivia numa casa com um terreno muito grande para saltar, brincar, estar ao sol,…., comia “restos” e comida preparada especialmente para ela. O meu outro cão lindo, o Gui, tinha a mesma vida saudável.

Mudaram de casa há poucos meses, para um jardim pequeno, pouco ensolarado e começou a saga da comida de pacote (“mas o veterinário disse que era o melhor que há para os animais!”, claro, digo eu, senão, como ganhariam o dinheirinho deles? Dose dupla para os veterinários: os donos compram a comida que eles recomendam e vendem nos seus consultórios e depois os animais ficam doentes e claro vão as consultas nos seus consultórios!!!).

O Gui foi o primeiro a ficar doente, gravemente doente, também com um problema de rins a sofreu muito até que recuperou mas ficou com sequelas,claro.

Passados poucos meses é a vez da Petra estar também com problema de rins e estar a sofrer no hospital. Só que a Petra não aguentou e morreu.

Coincidência? Claro que não… cães saudáveis em casa grande e com comida natural tornam-se cães doentes em jardim pequeno e comida de pacote.

Eu sou uma das responsável pela minha cadela ter morrido, embora não seja eu a cuidar dela. Mas fui que a “comprei” há uns anos e agora os meus pais tratam dela, porque eu sempre vivi em espaços pequenos, sem condições para cães e depois mudei me para o estrangeiro sem condições de trazer animais comigo.

Continuo a amar a ideia de ter cães à minha volta e quando tiver reunida as condições para os ter (muito espaço verde principalmente) talvez os venha a ter, mas julgo que não. O comércio de animais é demasiado sujo, liderado pelo lucro e nunca pelo bem-estar dos animais. Sim, viver com animais é bonito, natural e bom para ambas as partes, mas ser DONA dos animais, já é outra história muito diferente... os animais não me pertencem, aliás nada me pertence, mas isso já é outra história... e não cabe aqui no âmbito deste blog.

Todos nós amamos animais mas o problema é que não estamos conscientes do que lhes estamos a fazer. Eu sei, eu vivi nesse entorpecimento, nesta ignorância muitos anos… mas acordei, felizmente!


O tom forte deste texto é apenas a tradução da minha dor de ter sido incapaz de pôr em prática e mostrar aos meus pais, os caretakers da minha cadela, o que fui descobrindo acerca da forma tão artificial como tratamos dos nossos animais. À medida que fui ganhando mais consciência de mim própria e conectando-me mais com a verdade das coisas, mais óbvio se foi tornando a forma artificial e desrespeitadora com que tratamos de nós, dos outros e dos animais.

Gostava que isto acabasse hoje e que os animais domésticos, se tiverem mesmo que existir, sejam dados a oportunidade de serem felizes e saudáveis.

Convido te a repensar como demonstras amor e e respeito pelos teus animais domésticos.

AMO TE PETRA E PROMETO AJUDAR AS PESSOAS A VEREM OS ANIMAIS COMO SERES DIGNOS DE AMOR E RESPEITO, E NÃO COMO BRINQUEDOS. SEI QUE ESTÁS BEM E DESCULPA TER-TE FEITO SOFRER. OBRIGADA PELO TANTO QUE ME ENSINASTE, PELA TUA BONDADE, CARINHO, AMOR INCONDICIONAL, ACEITAÇÃO, TANTOS MOMENTOS DE BRINCADEIRA E ALEGRIA,POR ME TERES ESTADO COMIGO SEMPRE. VIVE EM PAZ MINHA QUERIDA!

Amor, Ilanta, entristecida e zangada com este assunto dos animais

2 comentários:

  1. Também eu perdi ontem o meu maior amigo, um belo cão Golden Retriever de 6 anos que aparentemente vendia saúde, e no espaço de oito dias acabou por morrer com insuficiência renal e com os rins transformados numa massa de kistos. O que fazemos aos nossos animais também pergunto...
    Adorava este cão, o seu olhar, a sua ternura.
    Nunca mais te vou esquecer "Verdi".
    16-11-2011
    Eurico Fernandes
    Porto - Portugal

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  2. Obrigada pela partilha Eurico ... cães são um dádiva maravilhosa na nossa vida .. ainda hoje tenho a Petra presente no meu coração ... eles estão cá sempre ... abraço :-)

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